O livro digital foi tema de debate no Salão de Ideias da Bienal, na tarde desta quinta-feira (19). Os rumos dessa nova tecnologia foram discutidos por Ednei Procópio, sócio-fundador da Giz Editorial e membro da Comissão do Livro Digital da Câmara Brasileira do Livro, e pela escritora Regina Drummond, autora de diversos títulos infantis, como "Histórias de Arrepiar".
Para Procópio, autor de "O livro na era digital", um obstáculo importante para a popularização do livro digital no Brasil é o baixo acesso à internet: apenas 10 milhões de pessoas têm banda larga em casa, uma parcela pequena da população. E ainda há o custo dos aparelhos.
Para Ednei Procópio e Regina Drummond, é possível aproveitar o melhor de cada formato: a capacidade de armazenamento dos leitores eletrônicos, que permite carregar dezenas e até centenas de obras em um único aparelho, e o "fetiche" do livro impresso, o prazer do contato físico com o papel e a praticidade de poder ler sem se preocupar com baterias e cuidados para não estragar o equipamento. Por isso, Procópio diz que o futuro do livro não é nem digital, nem em papel - é híbrido. Sua editora, a Giz, tem 200 títulos em seu catálogo, todos eles na forma impressa e digital.
Apesar de o mercado de livros digitais no Brasil ser incipiente, outras editoras apostam no produto. A Melhoramentos, de São Paulo, produz livros digitais desde 1990, já que foi nesse ano em que a editora lançou dicionários em disquete. Em 2009 a empresa lançou seus e-books, e hoje conta com cerca de 60 títulos nesse formato.
* O Mix Leitor-d, primeiro leitor eletrônico com tecnologia de software nacional, sai por R$ 890.
* O Cool-er, vendido pela editora Gato Sabido, custa R$ 599. Ele usa a tecnologia de tinta eletrônica, similar à do Kindle.
* A Positivo também lançou o seu e-reader, o Alfa, que tem tela sensível ao toque e vem com o Dicionário Aurélio. O preço fica por volta de R$ 700.
* O Kindle, leitor eletrônico comercializado pela livraria online americana Amazon, custa US$ 380, mas não é vendido no Brasil.
* O iPad, aparelho de leitura da Apple, vale US$ 500, mas não há confirmação de quando ele chegará ao país e qual será seu preço.



